quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Os depoimentos de Denise

Denise Maldi, mulher de Apoena, escreveu sobre sua vida (e suas aventuras) ao lado de Apoena.
Fala dos contatos com os índios:
Era, então, dezembro de 1972. Quando finalmente o vi, senti-me subitamente calma, com a certeza absoluta que os próximos anos da minha vida seriam ao seu lado. Sete meses depois, com menos de 15 dias de casada, eu voava com ele para a Frente de Atração Peixoto de Azevedo, em Mato Grosso, onde se dava prosseguimento aos trabalhos dos irmãos Villas Boas na “pacificação” dos índios Kren-Akarore.





Denise entre os Pakaás-Novos - foto Lilian Newlands

E também com os “civilizados”:
A área grilada – que quando Apoena denunciou pela primeira vez contava com 100 famílias –
dera origem a uma cidade, Espigão d’Oeste, hoje capital de um município. Ali, um dos chefes da colonizadora espalhava o ódio aos índios em geral e a Apoena em particular, fazia ameaças e mandava “recados”, dizendo estar preparando uma tocaia para matá-lo.
Nas cidades, como num filme do velho oeste, todo mundo andava ostensivamente armado.
Toda essa ocupação desordenada já deixara saldos trágicos em vidas sepultadas: tanto índios quanto brancos. Alguns anos antes, no Posto Roosevelt (Cintas-Largas) morreram o jornalista Possidônio Bastos e o radiotelegrafista Acrísio Lima. Vítimas do equívoco que acabou confundindo-os, aos olhos dos índios, com os seus inimigos.

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